terça-feira, 7 de setembro de 2010

Blog O Seráfico


É interessante como sempre adiamos os projetos, as idéias e a vida para depois; e, enquanto projetamos o futuro, deixamos que o presente escorra por entre os nossos dedos em um fluxo inexorável e- porque não assim o dizer?- bastante triste e melancólico, já que nos revela a contigência de nossa vida terrestre, as limitações de nossas existências, mas, ao mesmo tempo nos indica a incomensurável grandeza da vida eterna, na qual, libertos das vicissitudes do tempo, com a graça de Deus, O louvaremos sem fim; O amaremos sem saciedade.

Pois bem, há anos eu tinha esse propósito de fazer um site para São Francisco de Assis, a quem meu pai prestou singela homenagem colocando como prenome de seu primogênito de Francisco: Francisco Leandro.

Minha singela pretensão é somente colocar aqui passagens, momentos da vida desse grande homem, que se projeta hoje sobre toda a humanidade e que é um das maiores homens da História simplesmente porque soube fazer-se pequeno; assim se cumpre as Sagradas Escrituras: os humildes serão exaltados.

Para inaugurar, coloco um dos trechos de sua vida que mais me encantam:

"O beijo no leproso e o novo chamado de Deus

Em 1206, passeando a cavalo pelas campinas de Assis, viu um leproso, que sempre lhe parecera um ser horripilante, repugnante à vista e ao olfato, cuja presença sempre lhe havia causado invencível nojo.

Mas, então, como que movido por uma força superior, apeou do cavalo, e, colocando naquelas mãos sangrentas seu dinheiro, aplicou ao leproso um beijo de amizade.

Falando depois a respeito desse momento, ele diz: "O que antes me era amargo, mudou-se então em doçura da alma e do corpo. A partir desse momento, pude afastar-me do mundo e entregar-me a Deus".

Pouco depois, entrou para rezar e meditar na pequena capela de São Damião, semi destruída pelo abandono. Estava ajoelhado em oração aos pés de um crucifixo bizantino, que a piedade popular ali venerava, quando uma voz, saída do crucifixo, lhe falou: "Francisco, vai e reconstrói a minha Igreja que está em ruínas". Não percebendo o alcance desse chamado e vendo que aquela Igrejinha estava precisando de urgente reforma, Francisco regressou a Assis, tomou da loja paterna um grande fardo de fina fazenda e vendeu-a. Retornando, colocou o dinheiro nas mãos do sacerdote de São Damião, oferecendo-se para ajudá-lo na reconstrução da capela com suas próprias mãos.

Conhecendo o caráter de Pedro Bernardone, é fácil imaginar sua cólera ao ver desfalcada sua casa comercial e perdido o seu dinheiro. Não bastava já o desfalque que dava ao entregar gratuitamente mercadorias e alimentação para os "vagabundos" necessitados? Agora mais essa! E Francisco teve que se esconder da fúria paterna.

Certo dia saiu resolutamente a mendigar o sustento de porta em porta na cidade de Assis. Para Bernardone isso já era demais! Como podia ele envergonhar de tal forma sua família? Se seu filho havia perdido o juízo, era necessário encarcerá-lo! Assim, Francisco experimentou mais uma vez o cativeiro, desta feita num escuro cubículo debaixo da escada da própria casa paterna. Depois de alguns dias, movida pela compaixão, sua mãe abriu-lhe às escondidas a porta e o deixou partir livremente para seguir o seu destino."

Fonte: http://www.angelfire.com/ar2/jcarthur/sfco2.htm#beijo